quarta-feira, 19 de agosto de 2015

objetificada ou empoderada?

Quem já teve essa discussão (com outra pessoa ou interna contigo mesma)?


Eu me pego pensando nisso muuuuitas vezes! E várias vezes fico em dúvida, não sei com certeza se uma foto de uma mina de lingerie é empoderamento e liberdade ou mais um apelo sexual do mundo heteronormativo. Isso é bastante confuso, mas vamos tentar entender fazendo um monte de pergunta:

Quem tirou a foto? Foi a mulher mesma? Foi um fotógrafo? Foi umA fotógrafA? Tem muita diferença aí. Não basta ter sido decisão da guria tirar fotos sensuais de lingerie, porque quem tem o poder ali pode ser a criatura segurando a câmera.

As poses, as roupas, os ângulos das fotos foram decididos pela mulher? E, além disso, o quanto eles são exatamente iguais a qualquer outro ensaio sensual de revista masculina por aí?

Pra quem essas fotos são destinadas? É pra ominho punheteiro? E isso não se responde perguntando pro fotógrafo, que com certeza vai dizer que tem a melhor das intenções, mas analisando as imagens mesmo. Olhando pra uma foto a gente sabe pra quem ela está sendo destinada, né?

Onde essas fotos serão divulgadas?

Agora a mais importante de todas as perguntas: essas fotos quebram algum padrão? Pode ser de beleza, de estilo de fotografia, de ângulo da foto, escolha de figurino, público-alvo... Pra não ser mais uma babaquice hetero-machista-normativa-ominho-punheteiro tem que quebrar padrão. TEM QUE.



Ok, com essas perguntinhas a gente consegue identificar bastante coisa. Pra ficar mais fácil de entender, vamos dar um exemplo de um projeto podre de machista que está se vendendo como empoderador de minas e fotografias de "mulher real": O Bendito Fruto.

Começando pelo nome que parece sugerir (entre outras coisas) a comparação ma-ra-vi-lho-sa entre mulheres e frutas (qual a diferença desse projeto e da Mulher-melancia e cia?), esse é um projeto inventado por um ominho!! Ora, vejam só, um homem que diz libertar as mulheres das amarras dos padrões e da objetificação com o poder da sua câmera!!


E esse ominho criador gênio do Bendito Fruto ainda ganha pra isso! Sim, ele cobra das gurias! 200 pila!


Quando um amigo me mostrou esse site, eu não tava acreditando que tinha algo a ver com empoderamento, feminismo, quebra de padrões e etc. Mas aí eu vi o vídeo do próprio fotógrafo falando sobre o seu projeto e tentando convencer com esse discurso mesmo:


Vergonha alheia, vontade de vomitar, vontade incontrolável de socar a cara desse cara. Desculpa, preciso extravasar meu ódio por ominho escroto (nem me venham dizer que eu não conheço ele, e ele é um querido e blá blá blá) que acha ter o poder de empoderar meninas, de dizer que elas são bonitas, gostosas, sensuais, de dizer que elas mandam no corpo delas quando ele está com a câmera e o dinheiro na mão. É demais pro meu sangue feminista isso!



Vamos rever as perguntas do início do texto:
quem tira a foto? Um ominho!!
quebra algum padrão? Não!!
pra quem são destinadas? Para ominhos-heteros-machistas-punheteiros!!

Gente, quando alguém diz que fez um projeto para quebrar padrões e mostrar beleza "real" e tu vai lá ver as fotos e só tem mina magra, jovem e branca, tá na cara que essa história de beleza da mulher comum é discursinho pra passar bem, pra enganar a galera desavisada.

Tem mina comendo fruta, com líquidos escorrendo pelo corpo, com lingerie de renda, chupando cereja, com poses de ensaios clássicos de revista masculina. Isso não é empoderamento, isso ainda é mulher sendo objeto sexual de fantasia masculina! E o pior é que as gurias provavelmente saem de lá se sentindo maravilhosas mesmo, afinal elas têm fotos lindas onde elas mostram o quanto elas se encaixam em padrões e são desejáveis para os homens. Toda mulher aprende desde novinha que é isso que a gente tem que ser e que ser desejada por homens é o nosso objetivo nessa vida.

Ainda tá na dúvida se o projeto Bendito Fruto é sexista? Cadê projeto de fotografia de ominho beleza natural se lambuzando no pêssego?



A crítica a esse "projeto" não tem nada a ver com moral, com puritanismo. As minas podem tirar a roupa quando quiserem mesmo, e tirar foto e postar por aí. Eu mesma tirei foto de várias gurias de peito de fora na Marcha das Vadias e elas posaram bem lindas. Mas a gente tem que saber a diferença entre pagar pra um homem tirar fotos nossas nos encaixando em padrões prontos e fotos de gurias gritando por direitos de peitos de fora da Marcha das Vadias (o que também pode ser problemático, mas vamos deixar pra outro texto).



O olhar fotográfico não pode ser o mesmo de sempre. Nessa altura da história da luta feminista no mundo, quem está autorizado a tirar foto sensual de meninas e carregar isso como um projeto de empoderamento é SÓ MULHER, ok? O olhar tem que ser feminista, tem que ser de mulheres para mulheres. Sempre afirmamos aqui no blog que os homens podem participar do feminismo, mas taí uma coisa que eles não podem fazer: continuar sendo o detentor da libertação feminina, aquele que decide, que olha, o espectador e o fotógrafo. Se for assim é só mais um projeto de objetificação do corpo feminino, apenas isso.

Por favor, vamos compartilhar isso e avisar as minas. Não é pra "salvar" ninguém, apenas alertar criticamente. Tem muita guria que já tirou foto com ele e mais várias que vão continuar contribuindo com o cara, que está fazendo uso de um discurso popular sobre beleza real e empoderamento feminino para continuar explorando o corpo de mulheres, e ainda para ganhar dinheiro. Se depois de perceber isso, a guria ainda quiser tirar fotos, vai lá, seja feliz, mas não defenda essa atitude como valorização do corpo "real", libertação de padrões e empoderamento. Chega de homem decidindo sobre o nosso corpo!

27 comentários:

  1. Legítimo texto de uma mulher recalcada que deve estar louca para tirar fotos assim mas não pode perder a pose de extremista. Cada mulher faz com seu corpo o que bem entende, para quem ela quiser, com quem quiser, seguindo o padrão que quiser...não é simples? Liberdade, direito de escolha,... Antes de criticar um trabalho bacana do qual as mulheres ESCOLHEM, por livre e espontânea vontade participar, e pagam um valor baixíssimo, também alvo da tua crítica infundada (porque, se tu não sabe, 200 reais é muito abaixo de qualquer valor de book fotográfico), procure saber a opinião de quem não tem essa mente ignorante e fechada e topou fazer as fotos, pra saber se sentiram-se no nível em que tu colocastes elas. Uma dica: escolhe uma lingerie bacana e vai lá fazer umas fotos. De repente tua auto-estima sobe e teu recalque desaparece ;)

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    1. Agnes, quando uma mulher chama outra de recalcada para defender um homem, é porque tem algo de errado aí, não acha?
      Fazer uso dessa lógica machista para me ofender só acaba com qualquer argumento que tu possa trazer aqui. Dizer que uma mulher critica fotos porque ela mesma gostaria de fazê-las é uma lógica patriarcal. É o mesmo que dizer que mulher fica braba por falta de sexo, porque é mal comida.
      Não chame outra mulher assim, é muito feio quando homem fala, mas mulher é pior ainda.

      Te indico ler um pouco mais sobre liberdade do corpo feminino. Essa história de mulher faz o que quer com o seu corpo não funciona bem assim, não. Cada decisão que a gente toma sobre o nosso corpo é uma decisão social. Nós somos seres sociais, que agem por discursos que circulam na sociedade.
      Uma mulher decidir passar a vida fazendo dieta para ser magra é bem diferente de uma mulher que renega dietas. Uma mulher colocar silicone é bem diferente de uma mulher que decide não fazer nenhuma plástica por motivo estético. Assim como uma mulher tirar fotos padronizadas tiradas por um fotógrafo homem hetero machista é uma atitude que significa socialmente.
      Portanto, vamos pensar mais socialmente e menos individualmente? ;)

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    2. Te indico uns textos:

      sobre liberdade sexual feminina: http://eraumavezoutramulher.blogspot.com.br/2015/01/a-invencao-da-liberdade-sexual-feminina.html

      sobre autoestima: http://eraumavezoutramulher.blogspot.com.br/2015/05/a-bendita-autoestima.html

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    3. Nossa, até pensei que fosse sarcasmo, mas o pior é que não é :P

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  2. E se eu sou magra e branca por genética não posso querer fazer as fotos pq não quebro um padrão?

    PS: o projeto era gratuito. Como houve INVESTIMENTOS da parte do "ominho" ele está cobrando sim, com todo o direito já que se tornou o trabalho dele e né, viver de luz não rola.

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    1. claro que pode! Em nenhum lugar do texto falei sobre poder ou não fazer as fotos. Falei sim sobre o que significa certas fotos.
      A gente pode quebrar padrões de muitas formas, não só com o formato do corpo. Basta criatividade e pensar pra fora da caixa!

      "ominho" é uma categoria social, não é apenas o cara que fotografou esse projeto específico, mas se trata se todo um comportamento social hegemônica.

      Te convido a pensar nesse assunto num âmbito social e não apenas individual, ok? ;)

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  3. Ananda, juro que hoje mesmo estava em frente a uma banca de revistas cheias de mulheres nas capas e fiquei me perguntando justamente como diferenciar uma mulher empoderada de mais uma mulher objetificada. As perguntas que você propõe realmente funcionam muito bem pra enxergar essa diferença.

    Quanto ao projeto do moço aí, me espanta ter demorado tanto pra começar a ver pseudo projetos de empoderamento femininos feitos para objetifica-los ainda mais. Torcendo pro povo abrir os olhos e não cair nessa conversinha, desses e de tantos outros que tentam a todo custo continuar controlando os nossos corpos.

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    1. Que maravilha de comentário no meio de tanta menina me xingando!
      Obrigada pelo apoio!

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  4. Olá moças, sou homem, retratista com trabalho direcionado ao público feminino. Sua crítica é fantástica e contribui muito para meu crescimento na letra contra o machismo, na busca por eliminar isso em mim. Reconheço que enquanto existir machismo eu serei o opressor portanto se eu quero ajudar, não é empoderando mulheres, pois homens não empoderam porra nenhuma. O meu trabalho como alguém que quer mudar é acordar outros opressores e juntos pararmos de oprimir. O caminho é longo mas não se compara ao longo sofrimento que vocês ainda vivem por nossa causa. Muito obrigado pela oportunidade de poder aprender com vocês. De coração.

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  6. Ananda, é importante apontar que às vezes as meninas xingando são, na verdade, fake de masculinistas. :)

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  7. Oi Ananda,
    Refleti bastante antes de decidir comentar no seu texto e cá estou.
    Eu não vou ser hipócrita em dizer que não há verdades no que você escreveu, pq há sim, mas me parece que a visão que você tem do projeto ficou travada no início dele, onde de fato tinha uma "cara" bem diferente.
    Hoje o projeto tem uma nova identidade e sim, o fotógrafo pretende (ou pelo menos pretendia) fotografar homens também, inclusive um amigo meu disse que já havia combinado o ensaio dele, mas isso é algo que você não teria como saber, pois não faz parte do grupo de discussão do projeto.
    Quanto a questão de ser só mulher magra e branca e mais pro padrão de beleza atual, eu entendo sim que a maior parte das meninas que participaram fazem parte desse padrão, mas há também outras meninas, onde eu me encaixo, que não fazem tão parte assim.
    Há pelo menos uma menina que fotografou mostrando os pelos das pernas, há meninas que não estão no padrão de magreza, há outras mais magras, umas com músculos mais torneados, há casais e entre esses exemplos citados há pessoas de todas as cores (e só não há mais por falta de candidatxs, pois todas as pessoas que querem fotografar são aceitas).
    Sendo bem sincera eu acho triste que um ensaio diferente, que saia do padrão por assim dizer não tenha tantos "likes" quanto outros ensaios, mas eu acredito que com o tempo o público do projeto vá mudar, pois o fotógrafo, assim como eu, também quer ver diversos tipos de pessoas lá tirando fotos, de todas as idades, gêneros, tipos de corpo e cores.

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    1. Obrigada pelo comentário! Na dúvida, comente sempre ;)

      O objetivo deste texto não era "denunciar" o projeto, mas fazer essa importante reflexão sobre uma significa hoje liberdade de corpo feminino.
      Não procurei detalhes sobre o projeto, assim como esses que tu trouxeste. O que fiz foi apenas analisar aquilo que estava publicado no site oficial e na página do Facebook. Não fiz uma investigação, não conversei com pessoas que participaram. Realmente só analisei aquilo que a gente vê por fora, mas que diz muito sobre o tal projeto. Que aliás nem deveria se chamar de projeto, pois é apenas um serviço. A própria ideia de se chamar projeto me parece falsidade, "pilantragem" mesmo.
      Como feminista que muito já leu, muito já ouviu relatos de machistas, muito já pesquisou, afirmo que considero esse um projeto machista, o fotógrafo um homem extremamente misógino e as meninas que posam pra ele me parecem gurias que não percebem a reprodução de machismo em que elas estão envolvidas.
      É sempre bom ficar com os olhos beeeeem abertos para projeto de fotografia sensual liderado por um homem, com a maior parte das clientes sendo meninas jovem e bonitas. Vale a pena repensar qual é o nosso conceito de liberdade.
      Escrevo isso de boa para meninas serem cada vez mais críticas diante do machismo ;)

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  8. Para tudo.
    Só li bom senso e verdades no artigo, nos comentários nem tanto.
    Mas uma questão que foi defendia e estou pasma é cobrarem para as garotas! Esqueça por um minuto que se trata de discussão de gênero e pense:
    Quem tá oferecendo material publicitário? Quem tá se expondo? Quem tá TRABALHANDO servindo de modelo? Se você acha que é normal PAGAR PARA TRABALHAR, sem ganhar nada, dando material para projeto alheio tem algo muito errado nessa lógica!
    Se fosse o caso do Book como foi mencionado, novidades: o Book é propriedade material e intelectual de quem está sendo fotografado! Não pode ser veiculado ou utilizado pelo fotógrafo sem consentimento, por isso ele é pago por quem está posando!
    Ou vocês acham que o ominho é filantropo? O projeto é dele e quem ganha com o projeto é ele, duplamente, explorando mulheres.

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  9. Oie! Concordo com tudo o que você disse no texto.
    Faz um tempo que venho pensando nas mesmas coisas.
    Como fotógrafa feminista, te convido a conhecer um projeto de uma amiga.
    O tema é o mesmo, mas a diferença está exatamente nas respostas das perguntas que você sugere lá em cima! ;) Segue o site do projeto! É liiiindoooo!!!! <3

    http://des-frute.tumblr.com

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    1. lindo o projeto da tua amiga!! Fotos lindas, cheia de arte, criação e empoderamento!
      Nossa, exemplo perfeito para comparar com esse projeto que critiquei no texto.

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  10. Bom, eu preciso comentar, porque finalmente encontrei um texto com este teor. Eu entendi a crítica do texto, entendi também que a autora usou o projeto “O Bendito Fruto” para ilustrar a posição dela. Pois bem, concordo com o posicionamento do texto e contribuo trazendo mais uma ilustração. Em meados de 2014 a cantora Rihanna apareceu num desses tapetes vermelhos da vida usando um vestido completamente transparente, coberto de cristais. E todo mundo achou o máximo. Vi, ouvi e li muita gente apontando aquilo como “empoderamento”, que só uma mulher “forte” como a Rihanna poderia fazer aquilo lá, que aparecer vestida daquela forma só demonstra o quando a Rihanna é “poderosa” e “empoderada”, etc. Discordei, continuo a discordar, não é, nunca foi empoderamento. Isso se chama “propaganda”, talvez “marketing”, se chama “usar-mulher-nua-pra-vender-mais-e-mais”. Nada de novo sob o sol. Não dá pra esquecer que um tapete vermelho é, na verdade, uma vitrine, feita pra encantar e vender. Sinto informar, mas as mulheres que passam ali exibindo seus figurinos são, na verdade, manequins de luxo. E os trabalhos artísticos dessas mulheres são usados como mero pano de fundo. Aliás, nas entrevistas de tapetes vermelhos as perguntas mais recorrentes é “o que você está usando?”. Incomoda muito que os corpos sejam objetificados como forma de marketing. E foi o que rolou com a Rihanna, não tem nada de empoderamento naquilo, é só mais do mesmo, a mesma (e velha) objetificação que vemos TODOS OS DIAS. Então, é um alívio perceber que tem mais gente de olho nessas ciladas que vendem o discurso de “empoderamento”, mas que na verdade só objetificam ainda mais.

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    1. Obrigada pela leitura e pelo comentário!
      Perfeito teu exemplo. Precisamos estar atentas as falhas do discurso sobre a liberdade feminina.

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  12. Oi, obrigada pelo texto, li e reli, me ajudou muito sobre esse assunto que estava me quebrando a cabeça a tempos.
    Eu encaro esses "ensaios sensuais de empoderamento" como uma coisa duvidosa. Por um lado as moças que fazem as vezes são julgadas como p*tas, ou "o namorado não quis ~dar permissão~ pra fazer o ensaio" etc, e isso a gente sabe que é misoginia brava. Por outro lado, quando eu vejo as fotos de várias mulheres super felizes e se sentindo empoderadas depois de fazer fotos, eu vejo que eles são sempre do mesmo jeito. Pode ter mulheres com o corpo fora dos padrões, uma não está depilada, outra é plus size, mas as poses são sempre tão parecidas, tudo é tão tipicamente sexy e tem tanta sexualização de peitos e quadris... é estranho, a ideia do ensaio é fazer a pessoa "se relacionar melhor com o próprio corpo, se redescobrir", tá, mas por que é preciso um ensaio pra isso? Por que essa necessidade de se sentir tão sexy, e por que isso só vem depois de ser registrado pra alguém olhar?
    Conheço uma mulher que é plus size e vazaram uma foto dela posando de coelhinha da playboy, a postura dela, perante as humilhações de que foi vítima, foi de dizer que essa era uma forma de empoderamento e aconselhando outras mulheres a "se soltarem mais". Eu não falei nada, porque não era o momento adequado, mas fiquei pensando como diabos se vestir de coelhinha empodera alguém. Outro exemplo é o da cantora Demi Lovato, que teve bulimia e problemas de auto estima, e fez um ensaio sensual pra mostrar que agora é confiante com o próprio corpo. Teve gente chamando ela de p*ta. Teve gente aplaudindo a libertação sexual dela. Eu acho que precisa ter mais discussão sobre isso nos espaços feministas, porque se a liberdade sexual feminina for essa coisa de agir sexy, se vestir sexy, mostrar o corpo sempre em contextos sensuais, então não é muito diferente de como os homens dizem que uma mulher que gosta de sexo deve ser.

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    1. Perfeito! É exatamente o que pensamos sobre o assunto. Não se trata de definir claramente o que é empoderamento e o que não é, mas debater mais isso pra que a gente não acabe jogando o jogo de sempre, ainda a serviço do interesse masculino!

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  13. Queria te dizer que este texto me fez pensar... Ainda que eu não concorde com 100% do que li, talvez por tê-lo achado um tanto quanto extremista, mas sim, me fez pensar. Não gosto de expor a minha opinião assim, antes de parar para discutir comigo mesma sobre o tema, mas acho importante você saber que me deu mais um tópico para discussão interna haha :)

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  15. Não são apenas mulheres magras e brancas, como tu diz. No site tem mulheres de todos os tipos, tem ensaios até de homens, quem conhece de verdade sabe disso. Não são apenas fotos sensuais, são histórias. Cada ensaio apresentado no site, tem a história de vida da pessoa. E tudo isso não é destinado apenas para homens machistas, como tu diz. Sou mulher, acompanho o site á muito tempo e gosto muito de ler as histórias e ver as fotos.
    Pesquisa melhor!

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