sábado, 21 de março de 2015

mulheres exageradas: Kathleen Hanna

“Eu tinha um namorado que se viciou em crack e começou a me perseguir. Mas eu não podia falar nada, porque eu era uma feminista e seria chamada de exagerada.” Kathleen Hanna, musa fundamental pra viver nesse mundo.

Acabo de ver o documentário "The Punk Singer", em lágrimas, e Kathleen Hanna é a concentração de extremos que existem em todas nós, mas que uma série de forças sociais insiste em normalizar. "Não me encaixo nas suas definições/ Não vou cumprir suas exigências idiotas". Kathleen é uma diva por ter sido considerada exagerada e odiada. É uma diva porque com outras mulheres incríveis fez do punk um som poderoso e transformador para uma geração de rebel girls, rainhas desse nosso mundo. Porque ela sempre teve certeza da importância do feminismo para as mulheres e jamais permitiu ser silenciada por slut-shaming, machistas escrotos, sexismo ou qualquer opinião mal informada sobre construção do poder feminino. Porque ela esteve junto de outras mulheres, fazendo Riot Girrrl. Porque ela radicalizou o sentido de liberdade feminina. 


Don't need you to tell us we're good 
Don't need you to say we suck 
Don't need your protection 
Don't need your dick to fuck 
We don't need you, we dont need you 
Us whores don't need you

Nós não precisamos de vocês pra dizer que somos boas
Não precisamos de vocês pra dizer que somos péssimas
Não precisamos de sua proteção
Não precisamos de seu pau pra foder

 
Does it scare you that we don't need you?

Te assusta não precisarmos de vocês?

A linda Kim Gordon lê parte do manifesto Riot Girrrl no documentário. E é lindo porque é simples e fundamental para nos construirmos, a cada vez, como incríveis mulheres revolucionárias: 

"Porque nós, garotas, queremos discos, livros e fanzines dirigidos a nós, que façam com que nos sintamos incluídas e que possamos entender do nosso jeito. Porque eu acredito, com todo o meu coração mente e corpo, que as garotas constituem uma força revolucionária que pode e irá mudar o mundo de verdade."


Nós amamos mulheres como a Kathleen Hanna. São mulheres como ela que desbaratam hegemonias e pacifismos ignorantes e lutam para que hoje nós possamos escutar Julie Ruin, em nossos próprios apartamentos e quartos ~com nossos lindos gatos gordos~

O documentário foi dirigido pela Sini Anderson e nós recomendamos muito que vocês assistam. Está disponível no youtube, aqui ó.


*Porque muitas mulheres geniais foram chamadas de exageradas (loucas e histéricas e agressivas e radicais) o blog agora passa a ter uma série só para essas mulheres maravilhosas - maravilhosamente exageradas. 

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